sobre o site

minima scene

minima scene - das menores cenas a constelação não-toda de sentido que advém do universal que se encontra no particular. Paracompletude e paraconsistência...


Este site se alimenta, continuamente, de haicais e fotografias que se nos oferecem de modo contingente.


Aqui misturamos, de um modo que se pretende artístico, a inspiração crítico-filosófica do Minima Moralia de Theodor Adorno, a arte didática com distanciamento afetivo de Bertold Brecht e o princípio poético-ideogramático da colisão utilizado por Serguei Eisenstein.
O resultado estético que buscamos visa o constelar político das imagens e cenas mediatizadas a partir da composição dialética dos haicais e da suspensão paracompleta dos sentidos das fotografias. Entendemos e pressupomos que os elementos estruturais de uma cena, bem como aquilo que escapa à sua realidade imediata, só se deixa cingir de modo não-todo pelo constelar estético e crítico da mimese artística. A ruptura com a razão identitária e com a imitação descritiva que oferecem ao interlocutor a reificação do mesmo como única alternativa possível é o que entendemos como o ato político de nosso fazer artístico.

Os haicais são retratos de cenas vistas, lembradas, assistidas... carregados de verdade e indignação. 

As fotografias são pedaços inanimados do dia a dia... fragmentos do que se oferece ao inusitado instante de ver...

Juntos, subvertem o imediato da imagem e não se deixam fixar num regime prévio de significado. Como potência de sentido que são, buscam extrair de seu valor de ideograma a abertura poética da significância.

sarau

Poemas, textos e vídeos decorrentes do sarau realizado no Fórum do Campo Lacaniano de São Paulo em 22 de Outubro de 2018.

primavera de 2018

Poemas que buscam cernir e transmitir os horrores e as dores do momento político atual.

mínimas

Exercício de reflexão política a partir de cenas mínimas: o universal no particular.

cogitatio brevis

O desmedido esforço de condensar, no retrato poético do haicai, o que o texto jornalístico sério tangencia e o discurso filosófico dialeticamente semeia... O exercício político da contundência ácida de Adorno e da alegoria mimética de Benjamin... A extração ha(d)ica(l)izante da colisão ideogramática presente em citações tão breves quanto fortes em seu dizer...

genus quaestiones

reflexões entre campos que se cortam e se enlaçam. que se contradizem e se alinham: política, feminismos e psicanálise. por um feminismo interseccional. por uma psicanálise que se deixa furar (e desconstruir) por estudos queer e por feminismos não liberais. por uma política que possa visar a derrubada do que está fundado na lógica hetero-cis-patriarco-colonial. 

impressões

dançar a palavra-poema,

voz e corpo

esta série de vídeo-poemas nasceu de uma pergunta, cercada por muitos dizeres/ conceitos, qual seja: seria possível dançar a palavra, o poema?

alguns dos dizeres: voz é corpo. o corpo erógeno-pulsante se constitui em torno de furos. poema é corpo. a função poética carrega consigo a possibilidade de um efeito de abertura de sentidos. o evento voz é contingente. é possível forçar o ressoar de outra coisa que significados fixos ou fixados. voz é gesto vocal. há enigma do corpo, mistérios do corpo. corpo é poesia móvel. o ícone (imagético) pode constelar. dança é constelação. o corpo-invólucro, sua pele-imagem, trans-bordam. o poema constela. os corpos carregam marcas de histórias que não foram ditas ou escritas. a dança condensa. o corpo porta dizeres, excessos e faltas. a dança extrapola. corpo é acontecimento. a dança transmite além do muro da palavra cristalizada. o corpo é política. a poesia permite travessias ... entre-outres.

derivam-se destas, tantas outras questões para um projeto que é, em si, uma pesquisa:

- o som da palavra, seus sentidos:

como dar corpo à palavra poética? colocar voz, desdobrar o som.

a polifonia ou a significância, em seu efeito de abertura, pode ser transmitida pelo gesto?

a poesia que perfura, que faz eco corporal, pode traduzir-se pelos poros, pela pele, pelos ossos, pelos ocos do corpo?

- o poema, suas ressonâncias e o corpo

como cavar o oco, escavar o furo, deixar os sons dosdentros ressoarem?

como as vísceras poetizam?

quais sons dos corpos podem ser consonantes com o desdobrar de uma palavra poética? e as dissonâncias?

- o corpo (r)existência:

como voz, poesia e corpo, como cada qual se pode fazer corda para uma mesma trança?

como uma suposta trança pode denunciar os desmandos de um momento político? de um sistema? como fazer corpo-resistência? como fazer da indignação, poesia que grita?

- corpo-ícone-constelação:

como trazer a imagem de modo a abrir condições de possibilidade para que constelações se ordenem, enquanto explosões de sentido, sempre provisórias?

podem as imagens apontar para outrem? para outra coisa? para um além-de-si?

como a voz, enquanto voz-corpo, pode, a um só tempo, encorpar-se, alterizar-se e fazer laço social? 


ana paula gianesi 

conrado ramos